VI

Um dia sorrindo, vai olhar o céu...
Sentir de todas as formas o momento que se apaixonou;
Vai chorar com a chuva, quem desapareceu...
Senta-se triste, olhando a propria alma que se magoou...
Sente a falta daquele enorme carinho...
Dormindo gelada na tenebrosa solidão...
Por ter sentido, no melhor sentir...
A dor amarga da rejeição.

Mostrando-lhe um anjo perfeito, que ele amou...
Mostrando uma tempestade, uma erupção vulcânica,
de onde saiam lanças de desespero, que ele odiou...
E no fim, chorou, sorriu, riu e acrescentou...sou romântica!

Maria João

V

O sonho faz-lhe rir, que lhe faz viver;
Faz-lhe imaginar, que lhe faz iludir...
Por esse tal sonho, sente-se o chão tremer,
É o sueste no mar e tudo a florir!

Tem medo do sonho, mas sem ele não vive...
Ele é o desassosego que deseja a acção,
O turbilhão de emoções gerando um impulso,
Um ramo de lirios que lhe enchem o coração!

Era assim, na outra hora...
Quando o sonhar, era a magia que alimentava a paixão,
As flores, os pássaros sorriam la fora...
Não havia o medo, a traição, a inveja e a desilusão...
A felicidade começava no céu e tocava o chão!

Maria João

IV

Queria descrever um ser como o ar!
De passos soltos que enganam a vontade...
Como os pássaros, voa todo o seu olhar...
Que não se cansa de vaguear em liberdade.

Tem uma palavra deveras forte!
Transmissão de quem não quer que o enganem;
Por isso espera, com carinho, que abram a sorte,
Para que o céu se abra e os raios se espandem...

Sente que a vida é demais de se viver...
Inconstante ser, que não por mal sabe mentir,
Detesta a violência quando assim não deve ser...
E quando lhe abrem o coração, é vê-lo a sorrir!

Maria João 15-01-2000

III

Um dia mais tarde eu mostrar-vos-ei!
O quanto errado vives, nesses teus princípios...
Tentarás moldar-me sempre e eu fugirei!
Na vida em que o silêncio é um dos grandes sacrifícios...

E como quem me quer moldar os pensamentos,
Dar-me-ás carros, parelhas e montes...
E assim, invocarás ao reino de todos os teus ventos!
A maturidade dos teus sacrifícios, o materialismo das tuas fontes...

Julgar-me-ás inútil ser inseguro das suas crenças...
Assim, como aprendes-te a julgar quem não compreendes.
Não saberás o fundo do desejo de um coração com fendas,
não me ajudarás a sorrir e a gostar do que não sentes!

Os carros, as parelhas e os montes não te compram espaço no céu!
Não te fazem melhor que ao elefante, que á girafa e que ao cão...
Tu nasces, vives e morres...não és melhor que nenhum, eu!
O dinheiro não compra alegria e não enche o coração.


Maria João

II

Estamos perto, gritou o navegante...
A certeza enche o rosto de glória!
A riqueza fugira das mãos num repente,
Mas, da esperança alcançara a vitória!!

Luta pelas incertezas e medos profundos
Complexos humanos que corroem a alma...
Caminham amaldiçoando os sonhos obscuros,
Golpeando os fracos, que triste memoria!

Mas ai, manisfesta elegância venenosa...
ai os podres se enganaram...
Viram entrar ingénua criatura bondosa,
Que subio ao céu gigante, como não esperavam.

É com orgulho que agora se ri,
Dos vossos olhos deitanto veneno...
E com esperteza que vos sorri!!
Do silêncio com que preparou todo o terreno...

Maria João

I

Eu queria conseguir descrever tanta força;

Incomparável vontade de mover o mundo!

Numa chama que é sempre tão ambiciosa...

Um coração que não por mal é tão profundo.

Vi como este signo é puro de amar,

de desejos ardentes, de fogosas paixões;

Ingénuo em combater o inimigo pior!

Mas, da ansiedade faz as suas precipitações...

Criticável por falar antes e pensar a seguir...

Por mudar a paz pela aventura!

Mas, com ele nasce o despreocupado sorrir,

Porque é um simples Ingénuo cheio de ternura.

Nasceu para não calar os seus ideais,

Para conquistar tudo o que sabe que merece...

Considerar os piores desastres coisas banais...

E no fundo, fazer tudo o que lhe apetece:)!

Maria João